sexta-feira, 10 de junho de 2011

Bombeiros ironizam reajuste de 5,58% e exigem liberdade

Presos no quartel de Charitas, bombeiros cantaram 
hino da corporação e ironizaram o reajuste 
| Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia


Governo antecipa seis meses de correção: salário de soldado passa a R$ 1.265,55. Veja tabela



Pressionado pelo movimento dos bombeiros, o governo anunciou, ontem, a antecipação do reajuste de 5,58% nos salários da categoria, dos agentes penitenciários e policiais civis e militares. A medida representa R$ 78,18 no contracheque do soldado solteiro e sem filhos — vencimentos passam de R$ 1.187, 37 para R$ 1.265,55, já com as gratificações. E R$ 82,49 a mais se tiver dependentes — de R$ 1.414 para R$ 1.496,49. Os militares continuam irredutíveis: não há acordo sem a soltura dos 439 presos.
“O governo pode até nos oferecer R$ 5 mil, mas enquanto não soltarem os presos não tem conversa”, afirmou o cabo Laércio Soares, do 2º G-Mar (Barra). O comandante da corporação, Sérgio Simões, disse que vai continuar negociando aumento: “O fato de o governo ter antecipado o percentual é uma clara demonstração de boa vontade e preocupação”. Ele será o titular da nova Secretaria Estadual de Defesa Civil, anunciada ontem.
O reajuste estava parcelado em 1% ao mês até dezembro de 2014. A medida acumula o percentual previsto entre julho e dezembro. O novo salário começa a valer em julho e será pago em agosto. Até dezembro, o valor é o mesmo. A partir de janeiro, volta a incidir 1% sobre os vencimentos.
No quartel de Charitas, em Niterói, o aumento foi recebido com ironia pelos presos. Perfilados, mandaram recado ao governo: “Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil, cidade maravilhosa, pior salário do Brasil!”.
Exonerados 22 comandantes
Ontem, 22 comandantes de quartéis do Corpo de Bombeiros foram substituídos. O comandante-geral, Sérgio Simões, afirma que a mudança não tem ligação com a crise: “Isso não tem nada a ver. É um critério pessoal que envolve duas questões: uma relacionada com o tempo que alguns comandantes já estavam nas suas unidades; e a outra, com a operacionalidade. Busquei quadros com afinidade maior com meu jeito de atuar”.
PM: ordem para evitar fita vermelha
Para tentar conter a adesão de policiais militares ao movimento dos bombeiros, o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, esteve ontem no Batalhão de Choque. Ele orientou a tropa a não ostentar as fitas vermelhas distribuídas por bombeiros na farda ou em patrulhas, como muitos PMs têm feito.
“Orientamos os policiais a não serem hostis com os bombeiros. Se receberem uma fita, não devem jogá-la no chão, por exemplo. Toda manifestação é democrática, mas a PM está ali para garantir a ordem e tem que ser isenta”, afirmou o relações-públicas da PM, coronel Ibis Silva.
Um tenente do BPChoque que participou da invasão do QG dos bombeiros, há uma semana, foi transferido para o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios. A corporação não quis comentar o assunto.
Cárcere na mira de deputados
Deputados da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados se disseram estarrecidos com as condições em que os 439 bombeiros se encontram presos. Ontem, o presidente da comissão, Mendonça Prado (DEM-SE), e os deputados Alessandro Molon (PT-RJ), Dr. Aluízio (PV-RJ) e Protógenes Queiroz (PC do B-SP) percorreram quartéis do Méier e Charitas, em Niterói, o Grupamento Especial Prisional (GEP), além do Hospital Central do Corpo de Bombeiros.
O grupo vai denunciar as más condições ao Ministério Público, À Justiça Militar e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “Exigimos a soltura imediata desses profissionais, o lugar deles é nas ruas”, ressaltou Prado. A situação da tenente enfermeira Lucrécia Belo Fonseca, presa no quartel do Méier foi a que chamou mais atenção: “A encontramos profundamente deprimida, numa cela de 5 m quadrados, trancada com cadeado”, lamentou Protógenes. À tarde, ela foi transferida para o GEP (Grupamento Especial Prisional). Segundo Mendonça Prado, os militares estão “ao lado de pedófilos”.
“Em Charitas, vários já começam a ficar doentes. O local é abafado de dia e muito frio à noite, insalubre. Uma covardia”, comentou Molon.
Ontem, na Assembleia Legislativa, 27 deputados assinaram uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para conceder anistia aos militares presos. Três bombeiros que participam dos protestos serão condecorados hoje com medalha da Associação dos Militares Auxiliares e Especialistas (Amae).
Novo pedido de habeas corpus
A Defensoria Pública já prepara novo requerimento de habeas corpus para os presos. “Na primeira defesa não tínhamos os autos de prisão. Agora, iremos estudá-lo para fazer novo pedido”, disse o defensor Luis Felipe Drummond.
A juíza Ana Paula Monte Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar, que negou a liberdade quarta-feira, explica em seu despacho que “a liberdade poderá incutir no seio da tropa a ideia de impunidade, terreno fecundo para a proliferação de exemplos negativos”.
 O Ministério Público também deu parecer pela manutenção da prisão. “Necessária (...) com o objetivo de impedir a reiteração de práticas criminosas”, escreveram os promotores Leonardo Cuña de Souza e Isabella Pena Lucas.
Fonte: Jornal O Dia

Preço do minuto do celular cai 43% em 2 anos, diz consultoria

O preço do minuto nos telefones celulares caiu 43% em dois anos, aponta pesquisa da consultoria Teleco.
O valor médio do minuto passou de R$ 0,39, no primeiro trimestre de 2009, para R$ 0,22 no mesmo período deste ano. Os valores incluem impostos, ou seja, demonstram o que os consumidores efetivamente pagam pelo serviço.
De acordo com a Teleco, o preço pago para falar no celular se tornou o principal critério de escolha da operadora, principalmente entre os clientes do serviço -pré-pago.
"Promoções cada vez mais agressivas em serviços de voz se tornaram a principal arma para a conquista de novos clientes", afirma a empresa.
Ainda segundo a pesquisa, as operadoras pararam de vender aparelhos pré-pagos subsidiados após a obrigação de desbloqueio dos telefones celulares estabelecida pela Anatel.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo

Deputados pedem ao ministro da Justiça ajuda na crise dos bombeiros do RJ

Desde sábado, 439 bombeiros estão presos por invasão 
do quartel da corporação em protesto contra baixos salários.


Deputados querem que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ajude a conter a crise no Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. O pedido foi feito na tarde desta quarta-feira por 16 deputados federais de 12 partidos durante reunião no Ministério da Justiça. Desde sábado (4), 439 bombeiros do estado estão presos por invadirem o quartel-general da corporação em protesto contra os baixos salários.
De acordo com o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o objetivo é que uma comissão de parlamentares e representantes dos bombeiros negocie com o governador do estado, Sérgio Cabral, e encontre uma alternativa para libertar os militares e atender às reivindicações da classe. A principal reivindicação da categoria é o aumento salarial de R$ 950 para R$ 2.000 e vale-transporte.
Segundo o parlamentar, a preocupação dos deputados é que manifestações como a do Rio se espalhem pelo País. “Temos informações de várias paralisações e de movimentação de bombeiros e policiais militares.” Na opinião do deputado Paulo Pereira da Silva, os protestos podem se intensificar no País todo direcionados à aprovação da emenda à Constituição (PEC 300/08) que fixa um piso salarial nacional para policiais e bombeiros militares.
Após a reunião, o ministro se comprometeu a procurar o governador Sérgio Cabral. “Ele se posicionou favoravelmente e disse que vai procurar o governador ainda hoje para tentar abrir esse canal de negociação”, afirmou o deputado.
“Qualquer ação do Ministério da Justiça tem que ser feita em entendimento com o governador Sérgio Cabral. O governador Sérgio Cabral tem demonstrado muita competência na condução dos trabalhos de segurança pública", assinalou o ministro.
De acordo com o deputado Dr. Aluizio (PV-RJ), os bombeiros estão reivindicando aumento salarial desde janeiro. “Não houve nenhuma sensibilidade do governador. Ele não atendeu, e isso foi gerando uma tensão que levou à invasão do comando do Corpo de Bombeiros.”
Na última segunda-feira (6), o governador Sérgio Cabral afirmou, em entrevista, que os manifestantes eram vândalos e que iriam responder administrativa e criminalmente pelos atos. “O governador Sérgio Cabral os chamou de vândalos, mas vândalo é ele, que está no segundo mandato e não resolve essa questão”, disse Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).
Para o deputado Glauber Braga (PSB-RJ), os bombeiros do Rio merecem o respeito do governo estadual. “Você não pode combater bombeiro militar como se fosse criminoso e usando uma política de força.” Segundo o deputado, os quartéis de bombeiros do estado são ambientes de tensão constante; por isso, é necessário que o governo tente resolver a situação o mais rápido possível.
“O Rio de Janeiro foi palco da maior tragédia climática do Brasil. Os bombeiros vão ter um papel importantíssimo na política de prevenção para as próximas chuvas que serão em dezembro”, ressaltou o parlamentar, lembrando a tragédia causada pelas fortes chuvas de janeiro na região serrana fluminense.
Comissões tentam intermediar negociações
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias aprovou na tarde desta quarta-feira a criação de um grupo de trabalho que vai agendar um encontro com o governador Sérgio Cabral, além de visitar as lideranças dos bombeiros para intermediar nas negociações do conflito.
A comissão aprovou também uma moção de apoio à negociação com os bombeiros. A moção pede a retomada de negociações e a imediata liberação dos bombeiros presos. O grupo, formado pelos deputados Chico Alencar (Psol-RJ), Edson Santos (PT-RJ), Erika Kokay (PT-DF) e Liliam Sá (PR-RJ), deve ir ao Rio nesta sexta-feira.
Segurança Pública
O presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado deputado Mendonça Prado (DEM-SE), esteve nesta terça-feira no Rio de Janeiro para tentar intermediar as negociações entre representantes dos bombeiros e policiais militares e o governo do Estado.
Prado vai apresentar um projeto de lei com a finalidade de anistiar os policiais e bombeiros militares do Estado do Rio de Janeiro punidos por participar de movimentos reivindicatórios. “A ideia é sanar injustiças e impedir a punição penal militar dos envolvidos no protesto por aumento de salário e melhores condições de trabalho, realizado no Quartel Central da corporação, no centro do Rio de Janeiro”, esclareceu.
Fonte: Câmara dos Deputados

PRINCIPAIS NOTÍCIAS DESTA SEXTA-FEIRA, 10 DE JUNHO DE 2011.


JORNAL O DIÁRIO
- Bombeiros consideram uma ‘migalha’ reajuste de 5,58%
- Garotinho aumenta pressão para Câmara aprovar PEC-300
- Vereadores saem no tapa em SJ da Barra

FOLHA DA MANHÃ
- Camarão agride Rosa e sessão em SJB vira caso de polícia
- OSX aguarda licença de estaleiro no Açu
- Reajuste antecipado para os bombeiros
- Audiência vai discutir hoje obras do PAC em Campos
- Após parecer favorável do TCE, Câmara analisa contas

JORNAL O GLOBO
- Bombeiros exigem anistia para negociar com Cabral

JORNAL EXTRA
- Governo antecipa reajuste, mas bombeiros agora querem anistia
- Dinamite promete supertime na Libertadores
- Magé terá nova eleição para prefeito em julho

JORNAL O DIA
- Estado dá aumento, mas bombeiro quer anistia
- Governo define pagamento de 13º de aposentados

FOLHA DE SÃO PAULO
- Eletropaulo é ineficiente sob chuva, diz Alckmin
- Situação na Síria preocupa, afirma secretário da ONU
- Cinzas de vulcão suspendem vôos em cidades do Sul