terça-feira, 3 de julho de 2012

Problema de FGTS da PMCG com servidores e Caixa, é antigo.





A matéria postada no blog “Estouprocurandooquefazer”, me traz uma série de lembranças, mas também o fato de que todos os envolvidos nesse caso, estão completamente enganados quanto a determinados detalhes.
Primeiro lugar, a culpa pelos erros não é da PMCG atual, muito menos da Caixa. Afinal de contas, as contas de FGTS são relativas a 1991.
Até essa data, os bancos privados administravam as contas de FGTS dos seus clientes. E esses bancos não tinham a devida responsabilidade com esse Fundo, tendo em vista que os cadastros dos funcionários e de usuários do FGTS era feito “à bangu”. Cada sistema cadastrava do jeito que bem entendesse.
Dessa forma, quando Caixa Econômica Federal, passou a ser única gestora das contas de FGTS, tanto de conta ativa quanto de inativa, ela recebeu de todos os bancos privados, os seus respectivos cadastros de contas.
Foi aí que aconteceu o problema!
Uma vez tendo trabalhado para uma empresa prestadora de serviços da Caixa Econômica Federal, e estando lotado na DIFFUS – Divisão de Fundos e Seguros da Caixa, que administra o FGTS, notei que milhares de contas de usuários estavam completamente equivocadas.
Os bancos cadastraram número do PIS no lugar da CTPS; cadastraram o número e a série da CTPS de forma invertida, enfim, fizeram uma verdadeira salada russa com o cadastro dos  usuários.
Dessa forma, a Caixa Econômica Federal em meados da década de 90, iniciou uma campanha maciça nos veículos de comunicação, solicitando que as pessoas que haviam trabalhado, solicitassem um extrato de conta do FGTS para que todos aqueles que possuíam contas inativas por mais de 5 anos, pudessem reaver seus créditos.
Muitas pessoas realmente fizeram e algumas delas, com saldo superiores a R$ 15.000,00 (quinze mil reais), lembro-me muito bem, só puderam reaver esses créditos no início desse século.
Mas por outro lado, devido a quantidade de dados equivocados, muitos não puderam reaver o que tinham deixado para trás, por uma outra série de circunstâncias, como por exemplo a falta de boa vontade dos funcionários da Caixa em parar para fazer uma pesquisa mais minuciosa das contas inativas que estavam com créditos.
Além disso, o governo federal, na década de 90, ainda proporcionou um corte elevado do número de profissionais e trabalhadores concursados da Caixa Econômica Federal, reduzindo drasticamente o número de trabalhadores, e consequentemente, dificultando o andamento dos serviços, uma vez que a própria tecnologia não seria capaz de fazer a triagem das contas inativas, já que seria necessário, pesquisar, filtrar dados e corrigir o que estava errado. Só mesmo o ser humano para fazer esse trabalho.
Daí que ao observar a nota nos blogs de Campos, achei que era melhor postar essa nota, explicando que o erro não é da atual administração da PMCG, muito menos dos atuais funcionários da Caixa, mas sim de erros que vem de longa data, quando essas contas eram administradas por bancos particulares.
Cabe agora, a Secretária Municipal de Planejamento, Sra. Ana Lúcia Boynard, refazer uma lista com o nome de todos os funcionários que merecem receber tal benefício, mas com fichas cadastrais atualizadas e com dados corretos como número e série da Carteira de Trabalho, número do PIS-PASEP, nome da genitora do usuário/funcionário e período em que cada um desses funcionários trabalhou na PMCG, para que os funcionários da Caixa possam, diante desses dados corretos, averiguar e localizar vestígios e rastros dessas contas.
Para então, efetuarem o pagamento devido a todos os trabalhadores.
Apenas para efeito de curiosidade eu trabalhei para a ABASE, empresa sediada em Belo Horizonte, que prestava serviços de digitação e segurança para a Caixa Econômica Federal entre  mês de fevereiro de 1992 e 1994.
Paulo de A. Ourives.