terça-feira, 2 de agosto de 2011

Na volta às aulas, escolas em greve e alunos parados

Enquanto o reajuste salarial dos professores é discutido na Alerj, os estudantes continuam sendo prejudicados. Desde o dia 7 de junho, quando começou a greve da categoria, as atividades de diversas disciplinas estão paralisadas. Alguns alunos voltaram do recesso escolar ontem e enfrentaram o mesmo problema do primeiro semestre: a falta de aulas.
No Largo do Machado, por exemplo, muitos jovens uniformizados aguardavam uma solução para o problema. Alunos do Colégio Estadual Amaro Cavalcanti contam que a maioria dos professores aderiu à paralisação. Os estudantes chegam às 7h e às vezes esperam até às 11h pela primeira lição.
Morador de Paquetá, José Ricardo Lima dos Santos Pereira, 17, acorda às 4h30 para chegar ao Largo do Machado para o 1º tempo. Aluno do 1º ano Ensino Médio do Colégio Amaro Cavalcanti, ele conta que muitas vezes seu esforço não é recompensado: “Acordo cedo sempre para não chegar atrasado, mas muitas vezes não tem aula. É chato vir cedo à toa”.
Aumento
A Secretaria Estadual de Educação enviou nesta segunda-feira para a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) projetos de lei que têm impactos sobre os salários dos servidores da pasta. Um dos textos concede 3,5% de reajuste para os 134 mil professores ativos, inativos e pensionistas em outubro (folha de setembro). Também está confirmada a antecipação da parcela de 2012 da gratificação Nova Escola, com efeitos financeiros a partir do mês passado.
Todos os 17 mil ativos, inativos e pensionistas do quadro de apoio terão aumento, entre 10,40% e 116,04%, a partir de setembro (na conta em outubro). O índice já considera a antecipação de todas as parcelas do Nova Escola, previstas, inicialmente, para serem concluídas em julho de 2015. O projeto enviado à Alerj prevê variação salarial de 8% entre cada nível da carreira.
Conforme as tabelas mostram abaixo, o vencimento básico dos professores 16h será, a partir de setembro, de R$ 865,36 para quem está em início de carreira. A Secretaria de Educação defende que a melhoria salarial será de 13% (comparando o salário de junho deste ano com o novo vencimento em setembro).
Segundo o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), o projeto de lei que concede aumento para os funcionários administrativos será votado na quinta-feira. O dos professores irá ao plenário na semana que vem.
O secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, voltou a informar que os professores que estão em greve terão o ponto cortado. A reposição começa no dia 6. Algumas escolas terão aulas à noite e aos sábados.
Para o Sepe (Sindicato dos Projetos), o reajuste anunciado é tímido, já que fica abaixo da inflação em 2011 e da reivindicação emergencial de 26% feita pela categoria.
Duas mil vagas para docentes
Um dos projetos de lei enviados para a Assembleia Legislativa do Rio prevê duas mil novas vagas para docentes.  As chances serão para disciplinas de Matemática, Português, Física, Química e Geografia.
Mais 1.500 vagas serão abertas ainda este ano. A previsão é que os aprovados comecem a trabalhar em janeiro de 2012. O edital deve sair em 60 dias. As outras 500 oportunidades serão utilizadas em novo concurso, que está previsto para 2012.
Os futuros professores serão contratados por meio da nova carga horária de 30h. Para os docentes da nova carreira, o salário inicial será de R$ 1.695,04
Os atuais professores não poderão migrar para a nova carreira. A Secretaria Estadual de Educação analisou a possibilidade dos professores regentes poderem mudar de carga horária. Mas as áreas Jurídica, Administrativa e Pedagógica da pasta decidiram criar uma nova carreira. A ideia do estado é fidelizar os novos professores que vão ingressar nos quadros.
Fonte: Jornal O Dia

Veja tabelas com reajustes dos professores do Estado
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