terça-feira, 27 de setembro de 2011

Correios precisarão de três dias para regularizar entregas



O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, afirmou nesta segunda-feira que serão necessários três dias de trabalho para colocar em dia as entregas atrasadas pela greve dos funcionários. A paralisação completa 13 dias hoje e não há previsão para nova rodada de negociação entre as partes.
A estimativa atual é que 95 milhões de objetos estejam com a entrega atrasada --o que corresponde a 35% do total acumulado. No último fim de semana foi realizado um mutirão com os funcionários em atividade para tentar amenizar os impactos do movimento.
Os Correios entregam diariamente 35 milhões de objetos. O presidente da empresa afirmou ainda que a estimativa é de que a greve esteja provocando um prejuízo diário de R$ 20 milhões para a empresa.
"É ainda apenas uma estimativa, mas nós estamos calculando que o prejuízo fique em torno de R$ 20 milhões por dia. Mas o grande prejuízo, como temos dito, é o transtorno que causa para a população", disse o presidente da empresa.
A empresa trabalha com uma adesão à greve entre 23% e 24% dos 107 mil funcionários de todo o país. A maior parte dos funcionários parados são carteiros, o que compromete a entrega.




NEGOCIAÇÕES
A Fentect, federação que representa os trabalhadores, apresentou uma contraproposta na quinta-feira da semana passada, que foi recusada pela diretoria da empresa. Os Correios afirmam que o impacto dessa contraproposta seria de R$ 4,3 bilhões no orçamento da empresa, o que seria inviável.
A empresa aceitar voltar às negociações, mas exige antes o fim da paralisação. A mesma proposta dos Correios voltou a ser apresentada na semana passada, sendo negada pelos trabalhadores.
Os Correios afirmam que essa proposta está no limite orçamentário da empresa. No entanto, Pinheiro de Oliveira admite que pode negociar algumas questões,, dentro desse limite estabelecido, como reduzir o abono prometido para aumentar a proposta de reajuste linear.
A empresa oferece reposição da inflação de 6,87%, reajuste linear de R$ 50 e um abono de R$ 800 (que não é incorporado ao salário)
Os trabalhadores reivindicam, entre outros pontos, reajuste linear de R$ 200.
"Nós já cortamos nossa proposta pela metade, agora esperamos que a empresa nos chame para negociar as propostas", disse o secretário-geral da Fentect, José Rivaldo da Silva.
LIMINAR
O sindicato que representa a categoria na Paraíba obteve uma liminar na qual os Correios está proibido de cortar o ponto dos funcionários - o que já acontece na folha de pagamento deste mês. A empresa teria de fazer uma nova folha de pagamento, sob multa de R$ 300 mil.
A categoria promete hoje entrar com ações parecidas em todo o país. "Nós vamos recorrer dessa liminar na Paraíba", disse o presidente da empresa. Ele também afirma que em outros locais, como no Rio Grande do Sul, a liminar foi negada.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo