O presidente
dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, afirmou nesta segunda-feira que
serão necessários três dias de trabalho para colocar em dia as entregas
atrasadas pela greve dos funcionários. A paralisação completa 13 dias hoje e
não há previsão para nova rodada de negociação entre as partes.
A estimativa
atual é que 95 milhões de objetos estejam com a entrega atrasada --o que
corresponde a 35% do total acumulado. No último fim de semana foi realizado um
mutirão com os funcionários em atividade para tentar amenizar os impactos do
movimento.
Os Correios
entregam diariamente 35 milhões de objetos. O presidente da empresa afirmou
ainda que a estimativa é de que a greve esteja provocando um prejuízo diário de
R$ 20 milhões para a empresa.
"É
ainda apenas uma estimativa, mas nós estamos calculando que o prejuízo fique em
torno de R$ 20 milhões por dia. Mas o grande prejuízo, como temos dito, é o
transtorno que causa para a população", disse o presidente da empresa.
A empresa
trabalha com uma adesão à greve entre 23% e 24% dos 107 mil funcionários de
todo o país. A maior parte dos funcionários parados são carteiros, o que
compromete a entrega.
A Fentect,
federação que representa os trabalhadores, apresentou uma contraproposta na
quinta-feira da semana passada, que foi recusada pela diretoria da empresa. Os
Correios afirmam que o impacto dessa contraproposta seria de R$ 4,3 bilhões no
orçamento da empresa, o que seria inviável.
A empresa
aceitar voltar às negociações, mas exige antes o fim da paralisação. A mesma
proposta dos Correios voltou a ser apresentada na semana passada, sendo negada
pelos trabalhadores.
Os Correios
afirmam que essa proposta está no limite orçamentário da empresa. No entanto,
Pinheiro de Oliveira admite que pode negociar algumas questões,, dentro desse
limite estabelecido, como reduzir o abono prometido para aumentar a proposta de
reajuste linear.
A empresa
oferece reposição da inflação de 6,87%, reajuste linear de R$ 50 e um abono de
R$ 800 (que não é incorporado ao salário)
Os
trabalhadores reivindicam, entre outros pontos, reajuste linear de R$ 200.
"Nós já
cortamos nossa proposta pela metade, agora esperamos que a empresa nos chame
para negociar as propostas", disse o secretário-geral da Fentect, José
Rivaldo da Silva.
LIMINAR
O sindicato
que representa a categoria na Paraíba obteve uma liminar na qual os Correios
está proibido de cortar o ponto dos funcionários - o que já acontece na folha
de pagamento deste mês. A empresa teria de fazer uma nova folha de pagamento,
sob multa de R$ 300 mil.
A categoria
promete hoje entrar com ações parecidas em todo o país. "Nós vamos
recorrer dessa liminar na Paraíba", disse o presidente da empresa. Ele
também afirma que em outros locais, como no Rio Grande do Sul, a liminar foi
negada.
Fonte:
Jornal Folha de São Paulo