A matéria postada no blog “Estouprocurandooquefazer”, me
traz uma série de lembranças, mas também o fato de que todos os envolvidos
nesse caso, estão completamente enganados quanto a determinados detalhes.
Primeiro lugar, a culpa pelos erros não é da PMCG atual,
muito menos da Caixa. Afinal de contas, as contas de FGTS são relativas a 1991.
Até essa data, os bancos privados administravam as contas de
FGTS dos seus clientes. E esses bancos não tinham a devida responsabilidade com
esse Fundo, tendo em vista que os cadastros dos funcionários e de usuários do
FGTS era feito “à bangu”. Cada sistema cadastrava do jeito que bem entendesse.
Dessa forma, quando Caixa Econômica Federal, passou a ser
única gestora das contas de FGTS, tanto de conta ativa quanto de inativa, ela
recebeu de todos os bancos privados, os seus respectivos cadastros de contas.
Foi aí que aconteceu o problema!
Uma vez tendo trabalhado para uma empresa prestadora de
serviços da Caixa Econômica Federal, e estando lotado na DIFFUS – Divisão de
Fundos e Seguros da Caixa, que administra o FGTS, notei que milhares de contas
de usuários estavam completamente equivocadas.
Os bancos cadastraram número do PIS no lugar da CTPS;
cadastraram o número e a série da CTPS de forma invertida, enfim, fizeram uma
verdadeira salada russa com o cadastro dos
usuários.
Dessa forma, a Caixa Econômica Federal em meados da década
de 90, iniciou uma campanha maciça nos veículos de comunicação, solicitando que
as pessoas que haviam trabalhado, solicitassem um extrato de conta do FGTS para
que todos aqueles que possuíam contas inativas por mais de 5 anos, pudessem
reaver seus créditos.
Muitas pessoas realmente fizeram e algumas delas, com saldo
superiores a R$ 15.000,00 (quinze mil reais), lembro-me muito bem, só puderam
reaver esses créditos no início desse século.
Mas por outro lado, devido a quantidade de dados
equivocados, muitos não puderam reaver o que tinham deixado para trás, por uma
outra série de circunstâncias, como por exemplo a falta de boa vontade dos
funcionários da Caixa em parar para fazer uma pesquisa mais minuciosa das
contas inativas que estavam com créditos.
Além disso, o governo federal, na década de 90, ainda
proporcionou um corte elevado do número de profissionais e trabalhadores
concursados da Caixa Econômica Federal, reduzindo drasticamente o número de
trabalhadores, e consequentemente, dificultando o andamento dos serviços, uma
vez que a própria tecnologia não seria capaz de fazer a triagem das contas
inativas, já que seria necessário, pesquisar, filtrar dados e corrigir o que
estava errado. Só mesmo o ser humano para fazer esse trabalho.
Daí que ao observar a nota nos blogs de Campos, achei que
era melhor postar essa nota, explicando que o erro não é da atual administração
da PMCG, muito menos dos atuais funcionários da Caixa, mas sim de erros que vem
de longa data, quando essas contas eram administradas por bancos particulares.
Cabe agora, a Secretária Municipal de Planejamento, Sra. Ana
Lúcia Boynard, refazer uma lista com o nome de todos os funcionários que merecem
receber tal benefício, mas com fichas cadastrais atualizadas e com dados
corretos como número e série da Carteira de Trabalho, número do PIS-PASEP, nome
da genitora do usuário/funcionário e período em que cada um desses funcionários
trabalhou na PMCG, para que os funcionários da Caixa possam, diante desses
dados corretos, averiguar e localizar vestígios e rastros dessas contas.
Para então, efetuarem o pagamento devido a todos os
trabalhadores.
Apenas para efeito de curiosidade eu trabalhei para a ABASE,
empresa sediada em Belo Horizonte, que prestava serviços de digitação e
segurança para a Caixa Econômica Federal entre
mês de fevereiro de 1992 e 1994.
Paulo de A. Ourives.