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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Notificações de casos de dengue repetem o histórico de anos pré-históricos

O Estado do Rio corre um risco cada vez maior de enfrentar uma epidemia de dengue de grandes proporções no próximo verão, alertam epidemiologistas. Além da entrada de um novo vírus, o tipo 4 - ao qual toda a população é suscetível -, o número de casos teve uma elevação bastante acentuada este ano, semelhante ao que ocorreu nos períodos anteriores a pelo menos duas grandes epidemias - as de 2002 e 2008. Este ano, conforme relatório divulgado na quarta-feira pela Secretaria estadual de Saúde, de 2 de janeiro até 21 de maio já foram notificados 107.227 casos e 80 óbitos.
Em 2002, foram registrados 288.245 casos da doença no estado, 145.769 somente na capital. No ano anterior, já havia registro de uma tendência de aumento de casos, com a notificação de 80.215 no estado e, 27.673 na capital.  Na epidemia de 2008, o quadro se repetiu. Um ano antes, o estado registrou 66.553 e a capital, 25.335. No ano epidêmico, em 2008, o número de casos no estado foi 255.818, 120.921 na capital.
Para o epidemiologista Roberto Medronho, diretor do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ, a ocorrência de uma epidemia de alta gravidade no ano que vem é quase certa. Medronho enumera algumas evidências e cita a alta infestação do mosquito Aedes aegypti como uma delas.
Doença tem picos acada quatro anos
Outro fator é a circulação do sorotipo de 4, que já está no estado - os primeiros casos foram registrados em Niterói - e também o fato de que a dengue, além de sazonal, é cíclica.
- Os estudos epidemiológicos comprovaram que a doença cíclica e costuma ter picos em períodos de quatro anos - explicou Medronho, acrescentando que a maior preocupação para 2012 é com a gravidade de uma eventual epidemia.
Este ano, segundo a Secretaria estadual de Saúde, de 2 de janeiro até 21 de maio foram confirmadas 80 mortes, apenas 11 a mais do que o registrado durante a epidemia de 2002, quando foram registrados 91 óbitos. Na mais letal de todas as epidemias da doença, a de 2008, foram 240 pessoas mortas em consequência da dengue.
- A epidemia é difícil evitar, porque o combate ao mosquito tem sido complicado. O que não podemos aceitar é que o número de óbitos seja alto - disse Medronho. - Nós já tivemos um aprendizado doloroso em 2008, quando negamos a epidemia e também não preparamos os serviços de saúde.
Para o epidemiologista, o período em que o número de casos diminui deve ser usado como preparação. Para o próximo verão, é preciso ampliar a capacitação de médicos e profissionais de saúde.
- O risco de ocorrer ainda mais casos graves da doença é grande. Isso, porque boa parte da população já teve contato com vários sorotipos. Quando há contato com um novo, a chance de desenvolver a forma grave da doença é grande - disse Medronho.
A Superintendência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria estadual de Saúde informou que vem diminuindo o número de casos notificados durante o mês de maio e que o aumento no total de registros, em relação aos balanços das semanas anteriores é resultado do atraso no lançamento das notificações dos meses de março e abril, no sistema de informações.
Fonte: Jornal O Globo