No início do mês passado, ao iniciar minha caminhada rumo ao
centro da cidade, para mais um dia de trabalho, uma placa com nome de
logradouro chamou-me a atenção. No cruzamento das ruas Felipe Uébe e Tenente-Coronel
Cardoso (rua Formosa), mas pelo lado da primeira, havia uma bela placa na cor
verde. Ao chegar mais perto, constatei que na verdade a placa tinha o nome do
logradouro errado. O fato é que o logradouro onde a placa estava estampada é a
Rua Felipe Uébe, e não Rua Abbot Escobar.
Resolvi então levar minha máquina fotográfica para fazer as
fotos do local, e no mesmo dia, 18 de julho, ainda liguei para a Divisão de
Posturas do município, para indagar se aquele problema visto e constatado era
realmente daquela divisão da PMCG. Como a resposta foi positiva, resolvi então
explicar para a funcionária, o que estava acontecendo.
Hoje, passados mais de 15 dias, noto que a placa continua no
mesmo lugar, sem que houvesse uma intervenção da Divisão de Posturas para
retirá-la, uma vez que ela está no local errado.
A ausência de uma ação da Divisão de Posturas enseja uma
série de divagações de problemas que podem ocorrer por causa de uma placa com o
nome do logradouro errado. Pois correspondências podem estar sendo entregues de
forma equivocada. Visitantes da cidade podem estar confusos (aliás nessa mesma
época, tive que ajudar uma pessoa a encontrar o rumo certo).
Mas isso também me fez lembrar de um caso ocorrido em uma
cidadezinha americana há mais ou menos 30 anos atrás. Naquela oportunidade um
grupo de adolescentes resolveram retirar uma placa de sinalização de um
cruzamento, apenas por farra e diversão. O resultado desta ação foi que dias
depois um outro grupo de adolescentes morreu tragicamente naquele mesmo
cruzamento, pois eles haviam acreditado que estavam seguros e o carro em que
estavam foi esmagado por um caminhão de carga, morrendo os três na hora. A
polícia ao ser acionada, resolveu não só fazer a ocorrência mas também
investigar os fatos, e constatou a ausência de uma placa de sinalização.
Investigações daqui e dali, e a polícia então descobriu quem foram os autores
da retirada da placa de sinalização que vitimou três adolescentes.
Dias ou semanas depois, os autores da brincadeira, foram
julgados. O juiz impiedoso decretou a sentença de ambos em um mínimo de 35
anos, como ambos tinham praticamente idades entre 17 e 20 anos, a pena foi
proporcional a idade deles, mas desde que todos eles só deixassem a cadeia com
a mesma idade, ou seja, aos 55 anos de idade. A mãe do mais jovem, chorou,
esperneou, e pediu clemência ao juiz, pelo fato do seu filho passar toda a
juventude preso em uma cadeia. O juiz, diligentemente, perguntou a ela, e
quanto as mães dos três jovens, que jamais teriam os filhos para curtir a sua
juventude, ela se preocupava? A mãe do autor, então não pode responder, e o
juiz implacavelmente bateu o martelo e aplicou mais 20 anos a pena de todos os
três autores do crime.
Com isso quero demonstrar que falta aos fiscais de Posturas,
postura para agir uma vez que a denúncia do caso em questão foi direta. Liguei
para a Divisão e fiz a denúncia.
Certamente por falta de inteligência, justiça e cidadania,
os fiscais devem ter achado que não era nada demais ter uma placa com nome de
logradouro errado em uma via pública. Isso demonstra que ambos, fiscais de
posturas, não tem a menor noção do seu trabalho, e do que devem fiscalizar,
pois os erros e problemas de posturas na cidade são alarmantes e eles não
resolvem nada, para fazer com que a cidade possa melhorar.
Preferem viver às turras contra um índio que tentava vender
sua arte em pleno Boulevard Francisco de Paula Carneiro, e um ou outro querer
multar um jovem que transitava carregando e andando ao lado de sua motoneta pelo Boulevard,
enquanto centenas de ciclistas trafegam pela contramão das ruas centrais da
cidade e também por esse mesmo Boulevard. Isso sem falar das dezenas de
bicicletas que são encontradas estacionadas em locais impróprios pelo
Boulevard.
A conclusão que chego, é que não há nos fiscais de posturas,
a menor noção de justiça e cidadania, quanto mais da Lei Orgânica do Município.
Tentei ser gentil informando-os do fato, mas acho que eles
preferem a vergonha de ver a denúncia estampada no único jornal que não reza
pela cartilha da prefeita.
Vista da Rua Tenente-Coronel Cardoso e Felipe Uébe, pela Rua Abot Escobar. |
Cruzamento das ruas Felipe Uébe e Tenente-Coronel Cardoso, a citada placa está sobre a segunda porta do estabelecimento comercial em frente. |
Uma visão da placa à esquerda e a Rua Felipe Uébe, tendo ao fundo a Avenida Alberto Lamego. |