quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Salário mínimo é de R$ 545 - Senado aprova piso fixado pelo governo para este ano de olho em reajuste maior em 2012

Assim como ocorreu no plenário da Câmara dos Deputados na semana passada, os governistas aprovaram ontem à noite no Senado, por ampla maioria de votos, o projeto do governo que fixa o salário mínimo em R$ 545. Até mesmo o senador Paulo Paim (PT-RS) votou com o governo, apostando na valorização do piso nacional e das aposentadorias acima do mínimo nos próximos anos.
Com as galerias tomadas por trabalhadores e aposentados, a discussão começou por volta das 15h, num debate entre oposição e situação. No início da sessão, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou o parecer favorável ao projeto do governo que, além dos R$ 545, estabelecia a política de reajustes até 2015. Ele rejeitou as emendas apresentadas pela oposição. Por acordo de lideranças, apenas três destaques seriam votadas em plenário.
Senadores do PSDB e do DEM tentaram aprovar as emendas a favor de R$ 600 e R$ 560, respectivamente, mas foram votos vencidos. Também foi rejeitado o destaque apresentado pelo PSDB, que tentava eliminar do projeto o mecanismo que permite ao governo determinar o valor do salário mínimo até 2015 por decreto e não por projeto de lei.
Durante a sessão, o senador José Sarney (PMDB-AP) chegou a deixar a sessão (a mulher dele, dona Marly, sofrera uma queda em casa), mas retornou a tempo de concluir a votação e ouvir o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) acusar o governo federal de querer “eliminar o debate no Parlamento” sobre os reajustes anuais do salário mínimo.
Ganhos para aposentados e fim do fator
Os próximos meses poderão ser de esperança para os mais de 8 milhões de aposentados e pensionistas que recebem proventos acima do piso previdenciário. A presidenta Dilma Rousseff assegurou, nesta semana, ao senador Paulo Paim (PT/RS) que uma reunião com as centrais sindicais e representantes dos aposentados será marcada para depois do Carnaval.
Na pauta, estarão a política de valorização para quem ganha acima do mínimo e a discussão de proposta alternativa ao fator previdenciário. “O voto de apoio aos R$ 545 para o mínimo é um recuo para obter mais a favor dos aposentados”, disse Paim.