sexta-feira, 11 de março de 2011

Alta do açúcar no mercado internacional encarece álcool combustível

Os preços do álcool e da gasolina estão em alta no Brasil. O álcool hidratado - usado como combustível - vendido pelos produtores aos distribuidores já aumentou 20,5% nas últimas quatro semanas. A explicação não está na disparada do petróleo, pressionado por causa dos conflitos na Líbia. Além de estarmos no período de entressafra, são as cotações atraentes do açúcar no mercado internacional que levam os produtores de cana brasileiros a optar pela produção desta commodity, o que diminui a oferta interna do álcool. O consumidor, que pagará por isso nas bombas, precisa ficar atento. Em alguns casos, o litro do álcool já está custando o mesmo que o da gasolina mostra reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal O GLOBO.
O Sindicato Nacional do Comércio de Combustíveis (Sindicom) destacou que as distribuidoras ainda não fizeram o repasse para os postos da maior parte dos aumentos feitos pelos usineiros. O aumento médio do álcool nos postos em São Paulo foi de 6,1% nas últimas quatro semanas, enquanto no Rio foi de 2,4%.  Ou seja, o consumidor pode se preparar para novos aumentos de preços, não só para o álcool, como também para a gasolina, que tem 25% do produto em sua mistura.
Desde a semana passada, as distribuidoras no Rio já aumentaram muito os preços do álcool. Teve aumentos de R$ 0,13 até R$ 0,16 por litro de uma vez só. É impossível absorver esse aumento sem repassar para a bomba - destacou Manoel Fonseca, presidente do Sindicomb, sindicato que reúne os postos no município do Rio.
Para evitar uma possível falta de álcool no mercado, a Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis (Fecombustíveis) vai solicitar ao governo a redução do percentual de álcool na gasolina de 25% para 10%. No ano passado, o governo reduziu o percentual  de fevereiro a maio. Uma redução de 5 pontos percentuais de álcool anidro na gasolina representa economia de 100 milhões de litros de álcool  por mês. O presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda, disse que o pedido de redução do percentual de álcool na gasolina será feito pela revenda na próxima semana em reunião com a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
A funcionária pública Laura Jane já substituiu o álcool pela gasolina, motivada pelo forte aumento do combustível. Ela, que sempre compara os preços, abastece entre a Penha e a Praça da Bandeira.
Meu carro é bicombustível. Sempre uso álcool, mas agora, como não está valendo a pena, passei a optar pela gasolina. Nesse posto que estou abastecendo, na Praça da Bandeira, já senti um aumento na gasolina. Lembro que, recentemente, abasteci por R$ 2,69 o litro. Agora, está a R$ 2,72 - disse.