quinta-feira, 24 de março de 2011

Brasil deve dar mais atenção à formação profissional, diz OIT

De acordo com o estudo, as duas áreas não receberam recursos adicionais durante a crise
O Brasil deve dar mais atenção e recursos à intermediação de mão de obra e à formação profissional, segundo análise da OIT (Organização Internacional do Trabalho), publicada no relatório "Brasil, Uma Estratégia Inovadora Alavancada pela Renda", divulgado nesta terça-feira (22).
De acordo com o estudo, as duas áreas não receberam recursos adicionais durante a crise, porém, devem ser complementadas com ações de continuidade da integração entre os objetivos sociais e de emprego, além da continuação da melhoria dos níveis de investimento produtivo, sistema fiscal e gestão de fluxo de capitais.
Emprego e crise
Ainda conforme o relatório, a política de geração de empregos adotada no Brasil no período da crise financeira internacional foi essencial para que o País saísse rapidamente da recessão, sendo que, entre 2008 e 2010, houve a criação de mais de 3 milhões de empregos formais.
"O Brasil não ficou imune aos efeitos da crise financeira e econômica, mas se saiu razoavelmente bem em relação a muitos países, inclusive da América Latina, em termos de desempenho econômico e do mercado de trabalho", disse a diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo.
Dentre as medidas que ajudaram o Brasil a proteger os empregos e a sair de forma mais rápida da crise, o relatório ressalta, por exemplo, a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de veículos, que auxiliou a preservar entre 50 mil e 60 mil postos de trabalho.
Além disso, enaltece o estudo, o Brasil conseguiu manter sob controle o aumento do emprego informal, que foi de curta duração e tem continuado sua tendência decrescente desde a crise, com o número de trabalhadores sem carteira assinada, nas seis principais regiões metropolitanas, recuado em cerca de 280 mil, ou -6,5%, entre agosto de 2008 e 2010.
"Estimado em 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto), o pacote de estímulos do Brasil foi um dos mais baixos entre os países do G20. Mas, ele foi eficaz por dois motivos: porque expressou o entendimento de que a proteção e a criação de empregos são tão importantes quanto o crescimento econômico, e porque as principais medidas foram alcançadas por meio do diálogo social. Ambas as lições são fundamentais em tempos de crise, bem como de recuperação econômica", finaliza Laís.