quinta-feira, 24 de março de 2011

Debatedores defendem inclusão social de pessoas com Síndrome de Down

Romário, com sua filha Ivy:
sociedade deve lutar pela melhoria
da qualidade de vida das pessoas com Down.

A necessidade de o Estado e a iniciativa privada trabalharem em prol da inclusão social das pessoas com deficiência intelectual foi destacada pelos participantes do ato em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado segunda-feira. Mais de 350 pessoas lotaram o auditório Nereu Ramos, na Câmara, durante o evento.
A carioca Fernanda Honorato, conhecida como a primeira repórter down do Brasil, lembrou que, quando têm oportunidade, todos podem ser incluídos na sociedade. "Minha carreira começou com uma reportagem que fiz com a cantora Maria Bethânia e foi publicada em uma coluna do jornal O Globo. É isto que a gente precisa: a chance de desenvolver nosso potencial”, afirmou. Atualmente, Fernanda participa do “Programa Especial”, da TV Brasil.
Por sua vez, a representante da Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down do DF, Roxana Campos, ressaltou a importância de as escolas estarem preparadas para receber as crianças com deficiência intelectual. "As instituições de ensino devem encontrar a forma ideal de ensinar, pois todos nós somos diferentes. Tem gente que é bom em matemática, tem gente que é bom em português, tem gente que não é bom em nada. Então, a escola não pode simplesmente dizer: este aluno não me serve porque vai me dar trabalho", sustentou.
Engajamento
Idealizador do ato, o deputado Romário (PSB-RJ), que é pai de uma menina com Down, afirmou que a solenidade é uma tentativa de engajar a sociedade pela melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência. Ele adiantou que não pretende apresentar novos projetos sobre o tema, mas vai trabalhar pela aprovação de propostas em tramitação na Casa, como a que concede a isenção do Imposto de Renda aos portadores da síndrome (PL 5761/09).
O coordenador do Departamento de Genética da Fiocruz, Juan Llerena destacou que ocorre um caso de Down a cada 800 nascimentos - mulheres fora da faixa etária dos 19 aos 24 anos têm mais chances de dar à luz bebês com a anomalia genética. Com os avanços da medicina, observou ele, a possibilidade de o indivíduo com Down atingir 35 anos de idade é muito maior hoje do que há uma década. Para Llerena, o grande desafio é vencer o preconceito e respeitar a escolha das famílias que decidem ter filhos em idade avançada, por exemplo. "Não é direito do casal decidir pelo futuro de sua prole? Essas questões são individuais, não são coletivas. Tem de ser respeitada a decisão individual", sustentou.