quinta-feira, 24 de março de 2011

INSS formaliza 1250 ações contra empresas em função de acidentes de trabalho

Ações fazem parte de uma política pública de prevenção de acidentes, que foi instituída no País a partir de 2008
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ajuizou 1.250 ações regressivas contra empresas, para ser ressarcido pelos benefícios pagos a segurados que foram vítimas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais em 2010.
Essas ações são movidas pela PGF (Procuradoria Geral Federal) contra empresas pelo descumprimento ou ausência de fiscalização às normas de saúde e segurança do trabalho. A soma das ações chega a R$ 200 milhões no período.
Segundo o instituto, as ações fazem parte de uma política pública de prevenção de acidentes, que foi instituída no País a partir de 2008.
A avaliação do INSS é que as condenações obtidas nestas ações "contribuem para incentivar os empregadores a observar as normas de saúde e segurança, o que reflete em prevenção de futuros acidentes".
Dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) colocam o Brasil na quarta posição mundial em número de acidentes fatais - atrás apenas de China, Índia e Indonésia - e na 15ª em número de acidentes gerais.
De acordo com estudos desenvolvidos na área, a negligência dos empregadores em relação ao cumprimento e fiscalização das normas de saúde e segurança do trabalho contribuem efetivamente para o índice. Só no ano de 2007, os riscos decorrentes dos fatores ambientais trabalhistas geraram cerca de 75 acidentes a cada hora e uma morte a cada três horas de jornada diária de trabalho no País.
Mudança
Em 2007, o CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) recomendou que o INSS adotasse medidas para aumentar o número de ações regressivas. Desde 1991, essas ações estão previstas na Lei de Benefícios da Previdência Social e passaram a ser ajuizadas em todo o Brasil.
De 1991 a 2007, foram ajuizados 223 processos indenizatórios no País. A maioria deles é referente à pensão por morte e aposentadoria por invalidez.
A partir de 2008, o acompanhamento das ações regressivas passou a ser exercido pela PGF. Foram criados núcleos com este objetivo em todas as unidades da Procuradoria no Brasil. De 2008 a 2010, a PGF promoveu o ajuizamento de 1.021 ações em favor do Instituto, o que representa uma média anual de 340 ajuizamentos.
Indicadores
De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social, o Brasil reduziu em 12% o índice de acidentes de trabalho fatais em relação a 2008, o que o INSS atribui à sua política.
As ações regressivas acidentárias somente são ajuizadas em favor do INSS após investigação prévia. Nessa etapa é indispensável a identificação de três pressupostos: a confirmação do acidente de trabalho, geração de custos ao INSS e comprovação de culpa do empregador.
O INSS possui, em termos de ações regressivas acidentárias, percentual de vitórias judiciais superior a 90%. Para o futuro, a PGF espera ajuizar ações regressivas coletivas e a instaurar ações civis públicas em favor do INSS.
Entre os setores que registram os maiores índices de acidentalidade no País, estão a construção civil, a agroindústria, energia elétrica, metalurgia, indústria calçadista, mineração e indústria moveleira.