A
resistência dos funcionários dos Correios e dos bancos públicos na briga por
reajustes acima da inflação está sendo acompanhada com lupa pela equipe
econômica por determinação da própria presidente Dilma Rousseff. Por mais que
estas instituições tenham caixa próprio, sem impacto no Orçamento federal, o
temor é que campanhas bem-sucedidas despertem novas demandas e criem um efeito
cascata nas categorias do funcionalismo, traduzindo-se em mais gastos públicos
no momento em que a ordem é enfrentar o cenário externo turbulento com
austeridade fiscal.
A
expectativa do governo é que as despesas com pessoal cresçam apenas R$ 7,6
bilhões em 2012, contra a média, nos últimos quatro anos, de R$ 20 bilhões a
mais anualmente. De janeiro a agosto deste ano, a expansão já foi de R$ 11
bilhões, comparado ao mesmo período de 2010.
Para
garantir o crescimento econômico, a presidente quer mais consumo, menos juros,
e, por isso mesmo, não pretende abrir mão do aperto nas contas públicas, o que
conseguiu fazer este ano.
A maior
preocupação do governo é que os movimentos grevistas pressionem ainda mais as
autoridades pela aprovação da PEC 300, que prevê piso salarial para policiais
militares e bombeiros, o que abriria caminho para outras demandas como as da
Polícia Federal e da Receita Federal.
Fonte:
Jornal O Globo