terça-feira, 4 de outubro de 2011

Rio ganha mais tempo para negociar impasse dos royalties



Votação da derrubada de veto à emenda que prejudica estado não deve acontecer amanhã
O Estado do Rio ganhou mais tempo para tentar saída política para o impasse dos royalties do petróleo. Esse período maior para que o Rio continue negociando pode vir com adiamento da votação do veto do presidente Lula à Emenda Ibsen, prevista inicialmente para amanhã.
Ontem, em reunião com com 34 parlamentares da bancada federal do Rio, o governador Sérgio Cabral informou que fez contato com a presidenta Dilma Rousseff para que o governo federal comandasse o processo de discussões a respeito da divisão dos recursos.
“Nada deverá ser votado antes de 12 de outubro. A presidenta (Dilma) pediu ao presidente do Senado (José Sarney) que não vote nada de royalties antes da semana que vem. É uma vitória importante. A bancada terá mais tempo para negociar”, afirmou a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), que participou de reunião.
No encontro, Cabral cobrou posicionamento público de Dilma em relação à manutenção do veto. Segundo ele, pedirá que ela declare opinião sobre o assunto. Cabral lembrou que Lula fez isso ao vetar as propostas que provocariam perdas para o estado.
Para o deputado Hugo Leal (PSC-RJ), o Estado do Rio nunca foi intransigente. Apenas quer fazer valer um acordo fechado em 2009, que teve a participação da própria Dilma, que foi ministra das Minas e Energia e da Casa Civil na gestão de Lula.
Bancada sai mais unida da reunião
A bancada do Rio saiu unida da reunião com o governador Sérgio Cabral. Mesmo na oposição, o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) defendeu a necessidade de discurso afinado em defesa do estado. “Propus que o ex-presidente Lula volte a entrar na discussão para resolver o problema”, disse. Hoje, os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS) se reúnem com líderes partidários para tratar da sessão que examinará o veto marcada para amanhã.
Saída seria corrigir valor do barril da participação especial
A deputada Jandira Feghali apresentou ontem simulação da ANP, na reunião com Cabral que, segundo ela, poderia ser utilizada para formatar proposta que resultaria em mais recursos para estados não produtores. “Uma saída seria atualizar monetariamente o valor do barril de petróleo das atuais participações especiais, hoje cotado a US$ 11. Passando a US$ 50, valor bem abaixo do que é negociado no mercado internacional , que sai a US$ 100, resultaria em arrecadação extra de R$ 8 bilhões para a União, que poderiam ser negociados com os não produtores”, diz.
Fonte: Jornal O Dia