Votação da derrubada de veto à emenda
que prejudica estado não deve acontecer amanhã
O Estado do
Rio ganhou mais tempo para tentar saída política para o impasse dos royalties
do petróleo. Esse período maior para que o Rio continue negociando pode vir com
adiamento da votação do veto do presidente Lula à Emenda Ibsen, prevista
inicialmente para amanhã.
Ontem, em
reunião com com 34 parlamentares da bancada federal do Rio, o governador Sérgio
Cabral informou que fez contato com a presidenta Dilma Rousseff para que o
governo federal comandasse o processo de discussões a respeito da divisão dos
recursos.
“Nada deverá
ser votado antes de 12 de outubro. A presidenta (Dilma) pediu ao presidente do
Senado (José Sarney) que não vote nada de royalties antes da semana que vem. É
uma vitória importante. A bancada terá mais tempo para negociar”, afirmou a
deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), que participou de reunião.
No encontro,
Cabral cobrou posicionamento público de Dilma em relação à manutenção do veto.
Segundo ele, pedirá que ela declare opinião sobre o assunto. Cabral lembrou que
Lula fez isso ao vetar as propostas que provocariam perdas para o estado.
Para o
deputado Hugo Leal (PSC-RJ), o Estado do Rio nunca foi intransigente. Apenas
quer fazer valer um acordo fechado em 2009, que teve a participação da própria
Dilma, que foi ministra das Minas e Energia e da Casa Civil na gestão de Lula.
Bancada sai
mais unida da reunião
A bancada do
Rio saiu unida da reunião com o governador Sérgio Cabral. Mesmo na oposição, o
deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) defendeu a necessidade de discurso afinado em
defesa do estado. “Propus que o ex-presidente Lula volte a entrar na discussão
para resolver o problema”, disse. Hoje, os presidentes do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS) se reúnem com líderes partidários
para tratar da sessão que examinará o veto marcada para amanhã.
Saída seria
corrigir valor do barril da participação especial
A deputada
Jandira Feghali apresentou ontem simulação da ANP, na reunião com Cabral que,
segundo ela, poderia ser utilizada para formatar proposta que resultaria em
mais recursos para estados não produtores. “Uma saída seria atualizar
monetariamente o valor do barril de petróleo das atuais participações
especiais, hoje cotado a US$ 11. Passando a US$ 50, valor bem abaixo do que é
negociado no mercado internacional , que sai a US$ 100, resultaria em arrecadação
extra de R$ 8 bilhões para a União, que poderiam ser negociados com os não
produtores”, diz.
Fonte:
Jornal O Dia