quarta-feira, 16 de março de 2011

Sindicalistas debatem segurança no trabalho off-shore

De acordo com a programação da Conferência Internacional Sindical em Saúde e Segurança do Trabalho Offshore, os debates deste segundo dia terá início às 15h30. O evento reúne sindicalistas da Argentina, México e Estados Unidos e Brasil.
Acidente - No dia 15 de março completaram 10 anos do acidente ocorrido com a P-36, onde onze trabalhadores morreram. Para marcar a passagem dessa tragédia, o Sindipetro-NF realiza a Conferência Internacional Sindical em Saúde e Segurança do Trabalho Offshore, de 15 a 17 de março, na sede do sindicato, em Macaé. O objetivo é debater as condições de segurança no Brasil e em outros países produtores de Petróleo.
Para o coordenador do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, a busca contínua pela preservação da vida, no sentido mais amplo da palavra, é que tem balizado as ações do Sindipetro NF nos últimos anos. A realização deste evento além de marcar a passagem dos 10 anos da tragédia de P-36, pode ser também o início de um grande ciclo de debates com os petroleiros(as) de todas as partes do mundo sobre o que pensam e o querem os trabalhadores(as) da indústria do petróleo para fazer valer seus direitos ao trabalho seguro.
Rangel considera que não ocorreram grandes mudanças em relação às melhorias das condições de segurança desde o acidente com a P-36.
"Quando a produção está ameaçada por conta de questões de segurança, tudo que foi escrito é esquecido. é quando acontecem os acidentes, mortes, mutilações, adoecimentos, etc."
Para Rangel, a Petrobrás e empresas do setor petróleo continuam achando que os sindicatos são inimigos quando o assunto é segurança. "Não olham os bons exemplos como o da Noruega, onde os sindicatos participam ativamente das discussões das políticas na área e como melhor implementá-los. O resultado é que já estão cinco anos sem morte.
Na indústria do petróleo no Brasil, temos uma média de cinco mortes por ano, número bem parecido com os do Mar do Norte no lado britânico, onde os sindicatos tem o mesmo tratamento que é dado aqui no Brasil, quando o assunto é segurança" - comenta o coordenador do sindicato.
O que falta para mudar essa realidade é coragem, vontade política e atitude de todos os atores envolvidos nesse processo que são empresas, sindicatos, trabalhadores e órgãos de fiscalização do estado.
"Posso afirmar que o Sindicato e os trabalhadores estão fazendo a sua parte. Temos que acabar com a lógica que impera na indústria do petróleo, de que, de que só tem mudanças na prática de segurança, após uma tragédia" - afirma Zé Maria.
O evento - Estão confirmadas as participações de representantes de várias entidades sindicais e órgãos ligados à segurança do trabalho da Argentina, México e EUA.
Haverá mesas com os sindicalistas Guillermo Juan Pereyra (Argentina), Dra. Norma Gomez (México) e Kim Nibarger (EUA) além de representantes de órgãos e instituições como Fundação Oswaldo Cruz, Ministério Público do Trabalho, Justiça do Trabalho, Agência Nacional do Petróleo, Capitania dos Portos, Ministério do Trabalho e Emprego e U. S. Chemical Safety Board.
A entrada é franca e aberta aos interessados, não sendo necessária inscrição. O auditório fica na Rua Tenente Rui Lopes Ribeiro, 257 - Centro, Macaé/RJ.
Quem estiver em Campos, também pode acompanhar a série de debates e os assuntos debatidos na Conferência, pela internet através do site www.radionf.org.br que retorna hoje às 15h30.

Confira a Programação para hoje e amanhã

- 16 de março

9h - 1º Painel: ORGANIZAÇÃO SINDICAL E CONDIÇÕES DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO - Exposição de sindicalistas de: Brasil: José Maria Rangel (Sindipetro/NF); Argentina: Guillermo Juan Pereyra; Especialista em Segurança no Trabalho da Universidade Autônoma do México (Dra. Norma Gomez) e dos EUA, Kim Nibarger

13h30 – Almoço

15h30 – Debates

19h - Apresentação de Filmes

- 17 de março

9h - 2º Painel: FISCALIZAÇÃO ESTATAL DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO: Fundação Oswaldo Cruz (Dr. Francisco Pedra); Ministério Público do Trabalho (Procurador João Batista Berthier); Justiça do Trabalho (Desembargador Marcos Cavalcante); Agência Nacional do Petróleo - Coordenadoria de Segurança Operacional (Alex Garcia); Capitania dos Portos (Walter Eduardo Bombarda); Ministério do Trabalho e Emprego – Secretaria de Inspeção do Trabalho (Antônio Saliba); U. S. Chemical Safety Board (Vidisha Parasram, Mark Griffon, Amanda Johnson).

11h - Debates

13h30 – Almoço

15h30 - 3º Painel: A MOBILIZAÇÃO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO - Exposição de sindicalistas de: Brasil: José Maria Rangel (Sindipetro/NF); Argentina: Guillermo Juan Pereyra; Especialista em Segurança no Trabalho da Universidade Autônoma do México (Dra. Norma Gomez) e dos EUA, Kim Nibarger

19h – Encerramento