sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Estudantes de comunicação escrevem mal e perdem para os da área de exatas


Uma pesquisa indicou que os estudantes de Comunicação Social têm pior desempenho na escrita do que os universitários da área de exatas, como Engenharia, por exemplo. No estudo, os engenheiros obtiveram a melhor avaliação e 87,5% conseguiram passar nos testes. Na outra ponta estão os alunos de Comunicação, 65,3% deles foram reprovados. A pesquisa foi conduzida pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), centro de recrutamento e seleção de estagiários.
O teste foi feito entre 1 de janeiro e 31 de agosto de 2011 e dez mil candidatos a vagas de estágio realizaram um ditado de 30 palavras, que permitia até seis erros. Dentre as palavras avaliadas estavam: desajeitado, autorizar, exceção, seiscentos e anexo.
Para a coordenadora de Recrutamento e Seleção do Nube, Natália Caroline Varga, a constatação surpreendente é o retrato da falta de candidatos qualificados para as carreiras que elegeram. “Isso nos mostra um pouco como está o mercado: temos muitos candidatos, mas poucos qualificados para algumas áreas”, explica.
Segundo ela, muitos estudantes ainda não têm noção da área que escolheram e não investem na leitura e escrita. “Muitos escolhem a profissão sem ter noção do que acontece no dia-a-dia. Alguns escolhem Jornalismo achando que vão apenas aparecer na TV e não fazer vários tipos de matérias diferentes, como acontece”.
Natália também acredita que os estudantes se preocupam com outros idiomas e cursos, mas esquecem da própria língua. Por outro lado, gastam muito tempo com entretenimento. “Os estudantes passam horas nas redes sociais, o que não ajuda na melhora do Português. Também falta incentivo à leitura nas escolas e nas próprias universidades”, conclui.
Fonte: Comunique-se

Opinião: No site Comunique-se algumas pessoas postaram comentários a esta notícia. Creio que muitas delas, sem o menor embasamento e conhecimento de causa. Simplesmente, porque não vieram de regimes educacionais anteriores, viveram sob a égide da anarquia pós-ditadura e das constantes greves. Querer culpar os professores, parece fácil, mas o problema é bem maior. O problema ao meu ver, é de todos, do Estado, das faculdades e também dos alunos.
Senão vejamos, o Estado paga mal, as universidades pagam mal, e consequentemente, os professores de todos os níveis, sentem-se desmotivados por não poderem receber um salário digno que lhes proporcione bem-estar e satisfação para entrar em sala de aula e ministrar uma aula.
A culpa também é dos estudantes, que após atingirem a adolescência, acham que tudo na vida se restringe a diversão. Escolhem mal, seus “amigos”, e abrem mão da família por esses “Amigos-do-Onça”, que só servem para tirar o foco do que deveria ser o objetivo de qualquer jovem, adquirir conhecimento, preparar-se e bem para executar em alguns anos, uma profissão digna, que lhes dê motivação e independência financeira.
Quando cursei os bancos da universidade, depois de muitos anos afastado dos livros e cadernos escolares. Fiquei deveras ansioso, para ver o dia em que um professor me pediria para escrever uma redação. Estranhamente o fato só aconteceu depois de um ano e meio, quando já cursava o quarto período de Comunicação Social, e lembro até hoje, que pus o sugestivo título de “Até que enfim!”. Criticando o fato de que até que enfim um professor se lembrou que num curso de comunicação social, a matéria que deveria fazer parte da grade de forma massiva, era justamente redação.
Nos comentários postados no site, uma pessoa fez referência ao imediatismo da internet, e ao fato de que os universitários perdem seu tempo com sites de relacionamento, nesse caso, concordo em número, gênero e grau. Pois via essa situação na faculdade. Mas enquanto, eles se divertiam, eu aproveitava meu tempo para fazer um tour pela biblioteca, para pesquisar e ler sumário de diversos livros, com o intuito de preparar-me para aquilo que é o terror de muitos universitários que chegam ao final do curso, a tão mal-desejada monografia ou tcc.
Mas concluo o meu pensamento, com as palavras do amigo, Wilson Heidenfelder.
“Temos de torcer para que haja muitos imbecis no curso que fazemos, pois só assim, nosso currículo terá muito mais valor do que o deles”.
Valeu Wilson!
Paulo de A. Ourives