quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dados do Ministério da Saúde apontam que Rio concentra casos graves de dengue do país

O Aedes aegypti pode ser minúsculo, mas os estragos que provoca são gigantes - pelo menos no Estado do Rio. Já são 35.274 os casos de dengue registrados desde o início do ano. Como se não bastasse o grande número de doentes, o mosquito transmissor tem sido também mais cruel com suas vítimas fluminenses: segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado na quarta-feira, dos 2.208 casos graves confirmados em todo o país, 1.064 aconteceram justamente no Rio. Os moradores de outros estados do Sudeste tiveram mais sorte: Minas registrou 34 casos graves, São Paulo computou 56 e o Espírito Santo, 106.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, o Rio também está em situação sofrível em relação ao número de mortos: enquanto os óbitos caíram 64% em todo o país no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2010, o Rio teve aumento de 73%. O Ministério levou em conta os 19 óbitos registrados até a semana passada, mas o problema é ainda mais grave: dados mais atualizados, divulgados ontem pela Secretaria estadual de Saúde do Rio, mostram que o estado já teve 27 mortes por dengue desde janeiro. Em 2010, no primeiro trimestre, foram 11.
- A gente teve um aumento  no número de casos, então, proporcionalmente, houve mais mortes. Não é aceitável ter mortes, mas não houve um crescimento - diz Alexandre Chieppe, superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria estadual de Saúde.
Sete municípios ainda enfrentam surto
Segundo ele, os casos graves na capital equivalem a 3,7% do total de doentes, uma média semelhante a de outros anos. Atualmente, sete municípios ainda enfrentam surto de dengue: Cantagalo, Cordeiro, Silva Jardim, Guapimirim, Mangaratiba, Cabo Frio e Iguaba Grande. De acordo com Chieppe, quase todos apresentam tendência de queda nos números.
Uma das exceções é a capital, que na quarta-feira tinha registrado 16.706 casos desde janeiro. Na última segunda-feira, eram 14.720 notificações. Isto significa um aumento de quase dois mil casos em 48 horas - como se o mosquito infectasse 41 pessoas no município do Rio a cada hora, em média.
- A capital tem uma área muito grande. Alguns bairros apresentam queda, outros não - diz Chieppe.
A Secretaria municipal de Saúde afirmou que as notificações têm atraso e que alguns casos de março são de pessoas infectadas em fevereiro.