quinta-feira, 7 de abril de 2011

Médicos de planos de saúde fazem paralisação em todo o país

Reajuste dos valores pagos pelos honorários e fim da interferência na relação médico/paciente. Essas são as principais reivindicações dos médicos de planos de saúde que realizam nesta quinta-feira, Dia Mundial da Saúde, paralisação com suspensão de consultas e procedimentos eletivos e manifestações em diversas capitais. Os atendimentos emergenciais serão feitos. A coordenação do movimento - Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) - espera uma adesão significativa dos 160 mil profissionais que atendem aos 45 milhões de usuários no país.
- É grande o descontentamento dos médicos, por isso, esperamos uma grande adesão ao movimento. As operadoras pagam, em média, de R$ 35 a R$ 40 por uma consulta. Toda a lógica é em cima do custo, monitoração de exames, internações... A lógica não é a da saúde. Lidamos com uma questão ética - diz Aloísio Tibiriçá, presidente em exercício do CFM e um dos coordenadores do movimento.
A paralisação dos médicos tem o apoio do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e da Proteste - Associação de Consumidores. As entidades destacam, no entanto, que os atendimentos de urgência precisam ser garantidos, assim como reagendamento das consultas e procedimentos.
Luiz Augusto Carneiro, superintendente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), afirma que a demanda dos médicos não se reflete na percepção dos beneficiários sobre os serviços dos planos de saúde. Em pesquisa encomendada pelo instituto ao Datafolha, 86% elogiam o atendimento médico e 85% o dos exames:
Carneiro se baseia nos dados divulgados pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que congrega 15 grupos de operadoras, de que o reajuste médio das consultas, entre 2002 e 2010, variou de 83,33% a 116,30%. A federação diz que está em estudo um novo modelo de remuneração.