A direção
dos Correios informou nesta quinta-feira (15) que a greve dos trabalhadores
iniciada na véspera tem a adesão de 30% dos funcionários e que alguns serviços
de entrega estão suspensos. Os grevistas pedem reposição da inflação e aumento
de R$ 400.
Em
entrevista ao G1, o diretor da Federação dos Trabalhadores dos Correios, José
Gonçalo de Almeida, disse que a adesão à greve é de mais de 70% dos
funcionários.
- Cerca de
80 mil trabalhadores estão parados - disse .
Segundo ele,
o movimento está crescendo e deve continuar até que a empresa queira negociar.
A empresa
disse que pôs em operação um plano de emergência e que só vai retomar as
negociações depois que os funcionários voltarem ao trabalho.
Os serviços
de entrega rápida dos Correios, como Sedex Hoje, Sedex 10 e Disque Coleta,
estão suspensos temporariamente por causa da greve. Segundo o presidente dos
Correios, Wagner Pinheiro, a entrega de cartas e encomendas comuns continuará
sendo feita, mas poderá haver atrasos.
Segundo
Pinheiro, os funcionários que estão em greve terão o ponto cortado.
- Greve é um
direito das pessoas, mas quem faltar ao trabalho terá o dia cortado - disse.
A greve é
por tempo indeterminado. Os funcionários dos Correios reivindicam 7,16% de
reajuste salarial, referente à inflação, reajuste dos vales refeição e
alimentação e aumento real de R$ 400. Além disso, os empregados querem que o
piso salarial, que hoje é de R$ 807, passe para R$ 1.635.
A empresa
apresentou proposta de reajuste salarial de 6,87%, relativo à inflação entre
julho de 2010 e agosto de 2011, abono salarial de R$ 800, aumento de R$ 50 para
todos os funcionários a partir de janeiro e reajuste do vale-alimentação acima
da inflação. Com o início da greve, a oferta foi retirada.
- Enquanto a
greve persistir, não haverá mais negociação. Retiramos a proposta e só voltamos
a negociar com a suspensão da greve - disse Pinheiro.
Ele disse
também que a proposta apresentada foi o limite orçamentário do que poderia ser
oferecido pelos Correios e que a diretoria da empresa ainda está analisando se
vai entrar na Justiça contra a paralisação dos trabalhadores.
De acordo
com Saul da Cruz, do comando de negociações da Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), 34
dos 35 sindicatos de trabalhadores do país aderiram à greve. Cruz alerta que
algumas agências franqueadas continuam atendendo a população, mas não há
garantia de que as encomendas serão entregues, já que os carteiros estão em
greve.
Por tempo
indeterminado
Os funcionários
da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) do Estado do Rio de Janeiro
decidiram, em assembleia, decretar greve a partir das 22h desta terça-feira. Os
trabalhadores cruzam os braços, por tempo indeterminado, após 42 dias de
negociações com a empresa sobre as propostas de reajuste salarial para
2011/2012, sem sucesso.
Os grevistas
farão uma passeata, nesta sexta-feira, com concentração a partir do meio-dia,
na Candelária. A saída está marcada para 14h e eles caminharão até a
Cinelândia, onde haverá nova assembleia. Também estão marcadas reuniões
diárias, às 10h, para discutir novas ofertas dos Correios.
De acordo
com o Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro (Sintect-RJ), os trabalhadores querem
um aumento real de R$ 400. Além disso, a categoria ainda pede um piso salarial
de R$ 1.635 e o aumento do vale-alimentação para R$ 30 por dia.
A proposta
rejeitada pelos funcionários dos Correios inclui reajuste de salário de 6,87%;
incorporação de R$ 50 ao salário; abono de R$ 800 pago até a próxima
sexta-feira; vale-alimentação de R$ 25; vale-cesta de R$ 140; vale-extra de R$
575 a ser pago até dezembro; e reembolso creche e babá de R$ 384,95.
Fonte:
Jornal O Globo